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quinta-feira, 21 de março de 2024

Salvo Terra est salvae nose





 Salvo Terra est salvare nos


Hoje eu vim reflexivo pelas ruas de minha cidade... parei no meio da bela Praça Rui Barbosa e olhei pra cima: não há  copas de arvores bem no seio de uma urbe mais lindas das que sempre me emocionam...


Essas de meu ícone interiorano do modernismo no Brasil  - a vanguardista cataguASES (terra de ases), dos diabretes MENINOS VERDES que chamaram  atenção  de Oswald de Andrade; Tarsila do Amaral; Djanira; Carlos Drummond de Andrade e vários  outros...


Não  apenas as Praças  de Cataguases  - a de Santa Rita é  outro primor; com árvores gigantescas; com um enorme painel no frontispício do Santuário da mesma Santa e que expressa em ladrilhos a sua vida e que  vem assinado por Djanira, mas não  há  uma - sequer uma! - rua de Cataguases que não  seja arborizada de de seu início ao fim. 


Em 1981 quando deixei outra joia rara de nossa história  - minha barroca; terna; sacra e profana d'El-Rey  - eu me extasiei com tantas árvores  (nunca tinha visto nada igual)...


Mas voltando ao ato reflexivo que tive: - continuemos!


Cataguases  - em nossa zona da mata mineira - já  não é  de hoje conhecida por suas temperaturas  sempre elevadíssimas; praticamente não  há  inverno aqui  (bem pelo menos era assim nos anos 80 e 90)...


Descendo o nosso Calcadão,  também  descia ao mesmo tempo e incessantemente sobre meu corpo  inteiro verdadeira garoa de suor... A toalhinha de rosto não  estava dando conta e aí  eu é  que me dei conta de que o meu ato reflexivo era exatamente sobre isso: - a causa desse calorão exacerbado!


O que não  saía de minha mente era o verbo DESMATAR... pensava comigo: esse verbo tem o prefixo "des" e então também  deveria significar  NÃO  MATAR, mas ao contrário  ele remete a MATAR DUAS VEZES!!! Eis que de uma mata nativa cheia de vida ao desmatá-la você não  traz nada de volta à  vida e mata o sopro da vida que assobiava por entre árvores,  capinzais, cânions... então  DESMATAR MATA!


E eu continuei meu itinerário chegando à Chácara  Dona Catarina ( dotada de uma escultura em bronze de uma linda mulher chamada "VIOLETA", da artista plástica Sônia Ebling).


Meus pensamentos fervilhavam aos mesmos graus da temperatura cuja sensação  térmica seguramente  passava dos 55°...


Se um corisco  trisca os céu  e lacera sem dó  a mata seca, teremos um incêndio  abissal; se um inumano abjeto ateia, em crime e por ganância,  fogo nas matas também  teremos  algo avassalador...


Então dois são  os fatores que contribuem para o DESMATAMENTO e consequentemente para o cabal desequilíbrio  climático: - a natureza e o homem... pois bem, meus passos já  me deixavam na linda Avenida de Palmeiras Imperiais - a Meia Pataca e eu continuava com minhas elucubrações...


E daí meditei: mas espera só um instante; a natureza  está agindo de forma extremada por conta exatamente do desequilíbrio ambiental (pelo menos as mais das vezes, salvo quando são  genuinamente  forças naturais), então  o débito  maior é mesmo daqueles que estão  sobre a atmosfera da Terra e NEM HUMANOS CONSEGUIRAM SER AINDA!


Cheguei em minha casa  no muito  arborizado Bela Vista - com meus flamboyants inenarraveis; abri o portão  de casa e verbalizei alto e em bom tom:  


_ DESMATAR É  MATAR DUAS VEZES!


Fernanbas - Fernando Batista Santos


 

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