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quarta-feira, 6 de março de 2019

Suar nas Geleiras e Enregelar-se nos Fornos da Vida


















PARA DORINHA - COM CARINHO

Ser forte com lágrimas nos olhos não é pra qualquer um
Porque é preciso trazer a alma junto com o coração
Para que habitem a casa da menina desses olhos...

Saber que a lida não foi e nem será fácil
E mesmo assim entregar - confiar - aceitar e agradecer
Nunca será para aqueles que somente veem a si mesmos...

Saber que é da lei PEDIR e PEDIR com FÉ
Somente é maravilhoso quando também
Sabe-se que é preciso DOAR-SE; dar de si própria;
Ainda que um bocado do único bocado que lhe resta...

Resiliência.

Maleabilidade aos duros descompassos da vida;
À virada brusca das estações sazonais;
Tornar-se elástica e SUPORTAR o que parece INSUPORTÁVEL
Somente é possível para aquelas pessoas que
Suaram nas geleiras e se se enregelaram nos fornos da vida...

Eu te amo minha irmã Dorinha
E também quero experenciar
Novas e ousadas aventuras evolutivas com você
Nas novas Eras & Épocas que nos aguardam.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Sobre mares e marés; castelos e arrebentações







Sobre mares e marés; castelos e arrebentações

Nesses dias de mares e marés
Eu me peguei feito criança
Construindo castelos,
Mas os meus não eram de areia,
Mas da espuma das ondas
Que se arrebentavam antes de chegarem à beira-mar...


Crueldade: duravam muito menos que os das crianças...


Castelos feitos de fluidos se definham ao espocar do olhar;
Ora lá estão eles - magníficos e translúcidos - ora nada mais...
Aí tem que se esperar nova arrebentação...
Fiquei, então, refletindo sobre o tempo em que
Cada onda cobra por nossos castelos;
Qual é a porção desse tempo - já tão pífio
Em que ela nos permite construir nossos templos...
Senti que muitas vezes negligenciamos
Nossos mares e marés e suas ondas a se arrebentarem...
Alheamos à força que esparge fluidos tão espetaculares
De se construírem castelos maravilhosos...

Olhares opacos, ouvidos moucos
Onde estamos que não visitamos nossos mares e marés?
Onde estamos que não sentimos que 
Nossas ondas têm diminuído suas sequências a cada brisa,
Que suas arrebentações estão cada vez mais esparsas e fracas?...


Trouxe comigo desta vez que não demorarei a
Sentar-me na areia e construir mais castelos,
Enquanto ainda tenho minhas ondas a se
arrebentarem à beira-mar.