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sábado, 5 de dezembro de 2020

São João d'El-Rey - Meu Porto Real


 Crédito da Foto: Kiko Neto - o Mago das Lentes




São João d'El-Rey - meu Porto Real

'Inda informe nesta vestimenta que emoldura meu Espírito,
Eu já esquadrinhava os cumes serranos do Lenheiro e de São José - em Tiradentes... E diante de tanta magnificência que meus olhos me permitiam enxergar

Eu clamei ao ETERNO aportar nessas terras que reverberariam
A essência intimista de Vera Cruz - o Coração do Mundo...
Meu SER pairava acima de seus céus - os anis,
Pairava na longitude de seus atos crepusculares...

Nas brumas de suas densas nuvens, que laboravam chuvas
A tamborilar no regato sereno a cortar todo aquele Porto Real e
Que corria célere para o Rio das Mortes...

Situei-me nas paragens verdejantes do Tijuco,
Em veio aurífero a ofertar em profusão a gema de Ofir...
Vi erigirem templos de contornos singulares,
Adornados por um tom dourado acima do amarelo...

Da devoção que sagra eras & épocas,
Repiques tonitruantes ressoam do alto das torres,
VOZES FALANTES, que documentam a minha história,
Plasmam em meus recônditos sagrados as lembranças
De tudo o que vivi nessas serpenteadas vielas,
Dentro desses casarios e sob a auréola desses lampiões
Que me tiram da umbra eclipsal
E me levam para onde a LUZ faz sua morada perene.

FERNANBAS - Fernando Batista dos Santos


AMOR ABSOLUTO DENTRO DE NOSSA RELATIVIDADE


 


VOCÊS... ahhhh vocês... minha Terra, meu chão... meu AR, meu CÉU! ... pois é... cada um de vocês. 

VOCÊ

Na noite escura, na rua vazia
No vento inquieto
No asfalto sombrio, existe VOCÊ. 

No passo apressado
No olhar espantado
No canto encantado
Na madrugada gelada, existe VOCÊ. 

No edifício lotado
Na porta pesada,
No quarto trancado, trincado e truncado existe VOCÊ. 

No lençol suavemente branco,
No cobertor aconchegante e quente,
Na cama já sem gelo e selo,
No travesseiro gostoso, macio e grande existe VOCÊ.

Ao luar da noite,
Na imensidão oceânica das auroras macroscópicas,
Na vastidão infinita do micromundo que dribla meus sentidos
No fundo de minhas entranhas existe VOCÊ. 

Na viagem longa,
Na despedida curta,
No choro dos homens na longa despedida da curta viagem existe VOCÊ.

Nos (re)nascimentos das alvoradas vívidas,
Com seus cantos do galo e,
Em noites de gala, por ocaso dicotômico, existe VOCÊ.

Nas reflexões catárticas do inverno,
Nos triquetrazes setembros primaveris,
Na pujança dos suores a secretarem feromônios veranicos,
Na maturação evolutiva dos tempos outonais, existe VOCÊ.

Nos mirantes dos seres que iluminam nosso SER,
Nos homens da rua – das gruas ou charruas,
No mistério insondável da AZUL LUA NUA, existe VOCÊ. 

Nos horizontes sem fim
Na Terra e em seu último confim
Na expectativa de uma chegada,
No beijo do (re)encontro existe VOCÊ. 

No laço da vida
Na corda bamba da morte
Nos campos espectrais que liam esta àquela,
Nas manhãs orvalhadas em plagas quintessenciadas,
No voo livre, misterioso e instigante de todos que encarnam Fernão Capelo
Na gaivota que há em mim e que me exorta à liberdade, existe VOCÊ.

Nas letras das palavras degustadas, so – le – tra – das e digeridas,
Nos tempos que escapam à flexibilidade dos verbos,
Nos painéis e papéis oriundos das matérias e matizes
Em que um POEMA é plasmado, existe VOCÊ.

Você é tudo o que estou,
Tão Parte Sagrada em mim que ainda caminho em evolução
Por essas Eras & Épocas,
Nos infindáveis domínios de meu SER e,
Por isso, em mim - em minha MELHOR PARTE
Há de sempre existir VOCÊ! 

FERNANBAS - Fernando Batista

ESTRELAS CINTILANTES


 


Que jamais abandonemos os nossos sonhos... Por mais árida que seja a terra, a gota santificante de nosso suor abre-lhe sulcos generosamente férteis; porque em nós se encontra o gérmen da vida plena...

Somos filhos da luz inefável e fomos criados à
imagem e semelhança do criador absoluto... eterno... imutável...

Necessário prosseguirmos nesse estágio temporário; eliminar o que ainda trouxemos do animalesco, transitarmos - de fato! - no HUMANO para, burilados, alcançarmos as esferas angelicais; deixarmos eclodir o som da voz da consciência que nos fala muito... que nos fala tanto... que nos cala fundo!

Somos filhos do amor-perfeito e chegaremos um dia, cujo estabelecimento depende muito de nós, a transmutarmo-nos em menestréis da criação infinda, edificando-nos em artífices da vontade suprema; verbos do amor ágape...

O EXEMPLO a seguir não é o do mundano, siderado nas superficialidades das coisas do mundo sensorial; muito menos do velhaco que descobriu o caminho fácil das pedras preciosas, não!; o caminho a seguir também não é o da aceitação do que não se entende; do que não se explica... o ÚNICO MODELO & GUIA a nos plasmar o desejo de copiar & seguir só pode ser um - apenas e tão somente UM: aquele que sempre bradou EU SOU (porque todos os demais apenas ESTAVAM) através dos fios das teias de épocas & eras e que sempre se reverberou nos recônditos sagrados de nossa essência primeira.

Somos irmãos da outra face; da que foi espancada por verdugos ignorantes quanto às suas verdadeiras identidades... Supliciada em seu lado direito cedeu-lhes o esquerdo como catarse da dor e do sofrimento, transubstanciando o gotejar incessante do sangue dorido em almo e vivificante aroma de flores que ainda
SARAM, ACALMAM e PACIFICAM nossos semblantes irascíveis de cada dia...

Estamos ESTRELAS ERRANTES, por enquanto... rumamos em voltas e vindas: das Plagas Benditas do Pai Celestial às muitas moradas de SUA CASA... Viajores que a cada rota; a cada orbitar em torno de Seu Sol, mais se complementam; mais resplandecem; mais se esmeram em ESTRELAS CINTILANTES do regaço sublime do Eterno.

FERNANBAS - Fernando Batista dos Santos

Anjos & Demônios

 








A luz & as trevas...
O alvorecer & o crepúsculo...
O começo... o meio... o fim & o infinito...

Eu e minhas variáveis dicotômicas...
O mesmo SER e seus labirintos paradoxais,
Com meus anjos e meus demônios interiores
Travando pelejas titânicas pela demarcação de domínios...
Dizem que os demônios interiores somente entram se eu os permitir entrarem;

Se minha alma abrir uma brecha em meu coração;
Se me esquecer de que não sou uma ilha...
Que em minhas paragens brilham sóis que dissipam o gelo...
Queimam miasmas... e desfiguram espectros que me assombram... que findam a noite inv(f)ernal...

Quando nos lapsos do tempo adverso
Fecho os olhos para um EU exaurido,
Eles intentam atormentar meu Espírito
Que de tudo faz para acordar um corpo indefeso...

Mas a força que habita em minh’alma plasma em meus pensamentos
Os painéis com as faces de meus sóis... Que brilham forte...
Ofuscam os olhos de fogo dos demônios interiores...
Então vejo os anjos - que a todo o instante estavam comigo...
Mas que eu não os via porque me esquecia de que não sou uma ilha...

Que em minhas paragens brilham sóis que dissipam o gelo...
Queimam miasmas... desfiguram espectros que me assombram...
Que findam a noite inv(f)ernal e me trazem o alvorecer de mais um dia de vida sem demônios interiores.


FERNANBAS - Fernando Batista