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sábado, 20 de abril de 2024

INVERNO CULTURAL

 INVERNO CULTURAL 

(Tributo ao Maquinhos)




... há um tempo enevoado... E muito frio... tempo invernal...


É inverno em d'El-Rey...

Na paisagem barroca o frio é o timoneiro da nau que singra um Lenheiro absolutamente oculto em brumas...


Já é tardizinha e quando a noite chega a temperatura se coloca como caroneira dessa nau...


A neblina encobre D'El-Rey por completo e que se deixa levar por baixíssimos graus...


Os sinos - que aqui têm alma e voz - anunciam que as artes estão afloradas, porque está inverno em São João e é inverno cultural...


Estranho paradoxo permeia a psicosfera sanjoanense... De um petrificante; gélido ar, emerge um clima acalorado pelas verves de intrépidos artistas que afogueiam suas almas em simbiose com as nossas através das vielas; largos; praças e casarios que são bares da vida... os bares... aqueles que um dia assim o poeta cantou:


"(...) Doido corpo que se move

É a solidão nos bares que a gente frequenta

Pela mágica de um dia

Que independeria da gente pensar

Não me fale do seu medo

Eu conheço inteira a sua fantasia

E é como se fosse pouca

E a tua alegria não fosse bastar

Quando eu não estiver por perto

Canta aquela música que a gente ria

É tudo o que eu cantaria

Quando eu for embora, você cantará (...)"...


E eu, aquele andarilho do Caminho do Pólen, extasio-me com as dicotomias que se apresentam para o meu olhar:

  

Silêncio/sons da música e dos acordes de violas; gaitas e violinos...


Na Biquinha (da varanda do Tia Maria II) meu olhar vai serpenteando as luzes que evidenciam a Ponte do Rosário com suas pedras singulares e seculares...


E, então, eu que já não habito mais essas plagas, sinto todo o meu corpo; minha alma arrepiarem; mas não é por conta do frio, mas porque é inverno - INVERNO CULTURAL em d'El-Rey. 


Fernanbas - Fernando Batista Santos 


Foto: o Mago da Lentes Kiko Neto

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